De onde vêm os quadrinhos?

Se a sua curiosidade sobre as histórias em quadrinhos é grande o suficiente para ter investigado suas origens, certamente você já se deparou com a chatíssima polêmica a respeito de quem chegou lá primeiro: o ítalo-brasileiro Angelo Agostini (1843 - 1910), o suíço Rodolphe Töpffer (1799 - 1846), o alemão Wilhelm Busch (1832 - 1908) ou norte-americano R. F. Outcault (1863 - 1928). Como se as coisas da cultura e da arte tivessem um marco zero e se desenvolvessem em uma única linha reta...
Bem mais interessante é mergulhar no nascimento da indústria dos quadrinhos nos EUA, da qual a brasileira é um filhote desnutrido. Livros sobre quadrinhos no Brasil são poucos e limitados, mas é sobre este tema que se localiza a nata da produção bibliográfica. "Homens do Amanhã" (Conrad), de Gerard Jones, é o mais interessante. Nele, o autor acompanha a trajetória pessoal e profissional de diversas figuras que ajudaram a criar a moderna indústria dos comics, entre as décadas de 1920 e 1950. Destaque para a vida quase heróica dos pais do Superman; do malandro Bob Kane, que sugou meio mundo e ficou com todos os créditos por Batman; e então iniciante Will Eisner.
Como complementos, há duas biografias, uma de Walt Disney (1901 - 1966), outra de Charles Schulz (1922 - 2000). O interessante das duas, ainda que se concentrem em casos bem particulares, é mostrar outros territórios da mesma indústria [nada de super-heróis por aqui, ok]. "Walt Disney" (Novo Século) foi escrito por Neal Gabler, um autor interessante que procurar refletir sobre a relação vida/ indústria do entretenimento. "Schulz and Peanut", de David Michaelis, atraiu muita polêmica na época que saiu nos EUA, por pintar um retrato não muito afetuoso do pai de Charlie Brown & co. A editora Seoman promete lançar uma edição nacional até o fim deste ano.

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